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Foto do escritorDr. Raphael Lopes

O Real Digital no seu bolso

Disrupção: tudo com Raphael Rocha Lopes

foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil


“♫ Money, money, money/ Must be funny/ In the rich man's world/ Money, money, money/ Always Sunny/ In the rich man's world” (Money, money, money - ABBA).


Tenho a percepção, já compartilhada com os leitores, de que o futuro do dinheiro é desaparecer de circulação. Aquele tradicional de papel (e de metal), pelo menos. Essa discussão, inclusive, foi tema de uma live que fiz com um especialista do ramo financeiro (que pode ser vista na íntegra aqui ou aqui).


Com a velocidade da tecnologia, também neste campo, tenho a impressão que ferramentas ao estilo PIX, criptomoedas, blockchain e outras formas de circulação virtual de riquezas a surgir vão transformar as cédulas e moedas em artigos só de colecionadores mesmo. A pandemia, inclusive, foi um forte catalizador dos meios de pagamentos digitais.


Real Digital, já ouviu falar?


Entre as inovações está a moeda digital dos bancos centrais (ou CBDC - Central Bank Digital Currency) de diversos países. No Brasil, de acordo como site do Banco Central, o próprio BCB criou, em 2020, um grupo de trabalho para se aprofundar nos estudos sobre a emissão de uma moeda digital brasileira.


Criar moedas digitais não é novidade. A mais famosa é a bitcoin, mas existem milhares circulando virtualmente por aí. Há moedas digitais bem nichadas, há de empresas, há de celebridades, há para todos os gostos. E para todos os riscos. Volta e meia ouve-se falar de alguma delas que virou pó (só não literalmente porque não são fisicamente concretas).


Nessa linha, o Banco Central do Brasil pretende lançar o real digital, a moeda virtual brasileira, até 2024, em tese com o mesmo valor do papel que carregamos na carteira ou no bolso. Embora não se converta em dinheiro-papel, o real digital poderá ser utilizado para as nossas transações do dia a dia (compras, pagamentos, investimentos etc.).


O real digital se difere das criptomoedas por ser regulado pelo BCB, o que não acontece com estas, que são iniciativas puramente privadas. Daí sua qualificação como CBDC. O real digital, diferente das criptomoedas que já circulam, será emitido pelo BCB e distribuído por bancos e instituições financeiras.


Um número interessante do BCB, para reflexão ampla: apenas 3% do dinheiro disponível para as operações financeiras hoje no Brasil estão na forma de papel. Três por cento! São quase R$ 9 trilhões depositados e negociados digitalmente. O PIX, por exemplo, bateu o recorde de transações em março deste ano: mais de 3 bilhões de operações, que fizeram circular mais de R$ 1,28 trilhões.


No mundo


Definitivamente, o brasileiro parece ter gostado das transações via meios digitais. Se se observar ao redor do mundo, não é diferente. Há anos publiquei um vídeo de um mendigo na Índia com uma máquina de cartão de crédito (veja aqui) e na China pedintes utilizam (ou utilizavam) QRCode pendurado no pescoço.


Esta virtualização da moeda também é pensada por inúmeros outros países: segundo o portal do Senado Federal, mais de 80% dos bancos centrais do mundo estão desenvolvendo moedas digitais. As Bahamas foram o primeiro país a lançar uma CBDC (o sand dollar ou dólar de areia).


O BCB anunciou no final do mês de maio 14 instituições que participarão dos testes iniciais do real digital. Estão entre elas o Bradesco, BB, BTG, Itaú, Santander, Nubank e XP. Os testes serão com transações e clientes simulados e durarão até março de 2024.


E aí, preparado para fazer as compras no mercado só na base do real digital?


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