Por Agência AL
foto: Bruno Collaço/Agência AL
O aumento da pobreza em Santa Catarina, com o ingresso de 250 mil pessoas nas faixas de pobreza e extrema pobreza desde 2019, totalizando agora cerca de 700 mil pessoas, desatou debate sobre a responsabilidade pelo crescimento durante a sessão de terça-feira (19) da Assembleia Legislativa.
“Os números mostram que nos últimos quatro anos Santa Catarina empobreceu, foram 250 mil catarinenses que entraram na situação de pobreza, hoje são 718 mil pessoas consideradas na linha pobreza. Praticamente 10% da população”, lamentou Fabiano da Luz (PT).
De acordo com da Luz, as regiões de Blumenau, Joinville e Florianópolis, que concentram cerca de 63% do PIB barriga-verde, também concentram 57% de pessoas em situação de pobreza.
“Qual ação que o governo do estado vai fazer para ajudar a combater a pobreza, porque no país já estão sendo lançados programas para geração de emprego, acesso à moradia, qualificação, mas o estado tem de fazer sua parte”, ponderou Fabiano.
Luciane Carminatti (PT) concordou com o colega de bancada.
“A pobreza está presente em todas as regiões, algumas mais, outras menos. Em cada cinco pessoas, uma consegue no máximo viver com meio salário mínimo por mês, ou seja R$ 434 por pessoa da família”, exemplificou Carminatti, que contrapôs as conquistas do estado, como o segundo mais competitivo do país e o recorde de arrecadação de agosto, de R$ 3,8 bi.
“Estamos falando de um estado que cresce, que se desenvolve, não somos contra a riqueza, não somos contra o PIB alto, mas entendemos que há algo errado, aqui tem uma contradição a ser respondida. Somos um estado bonito que cresce e não distribui a sua riqueza”, avaliou Carminatti.
Contraponto
Massocco (PL), líder do governo, respondeu às críticas da bancada do Partido dos Trabalhadores e foi apoiado pelos deputados Sargento Lima (PL), Carlos Humberto (PL) e Lunelli (MDB).
“Claro que em Santa Catarina aumentou a pobreza, somos o sexto estado em arrecadação e o 24º no retorno dos impostos, queremos que volte um pouquinho mais, vamos lutar para que Santa Catarina tenha um pouquinho mais, de R$ 100 mil recebe R$ 10 mil”, pontuou Massocco, que não considerou no cálculo o percentual relativo ao pagamento da dívida externa.
Massocco criticou duramente o presidente Lula e sua esposa Janja e os acusou de esbanjar recursos que poderiam mitigar os efeitos da pobreza. O deputado citou as notícias sobre a compra de uma avião de R$ 450 mi para uso presidencial.
“Com R$ 450 mi dava para construir mais de 2 mil casas populares; 800 hospitais de pequeno porte; mil unidades de saúde; 2,5 mil ambulâncias; 750 mil auxílios do bolsa família”, comparou Massocco, que pediu o apoio dos deputado do PT para aumentar o volume de recursos federais destinados ao estado.
“Se é o pobre que paga a conta, quem é que vai pagar a conta do governo do PT, é o pobre”, analisou Humberto, referindo-se a possíveis déficits fiscais nas contas da União em 2023 e 2024.
“Algumas verdades foram ditas, a pobreza aumentou, mas infelizmente vai aumentar ainda mais, Joinville recebe diariamente de quatro a seis famílias vindas de outros estados e no ano passado recebeu mil haitianos e 3 mil venezuelanos, lógico que a pobreza vai aumentar”, advertiu Sargento Lima.
“Este governo socialista se instalou e hoje temos pessoas que precisamos para trabalhar na agricultura com diárias de R$ 200, R$ 250 e não temos pessoas para trabalhar porque preferem os benefícios do bolsa família”, relatou Lunelli
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