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Pesquisas eleitorais são confiáveis?

Tome Nota com Enio Alexandre

Udo Döhler e Kennedy Nunes se enfrentaram nas eleições municipais de Joinville em 2012


A cada dois anos temos eleições no Brasil. E em 2024 vamos escolher prefeitos e vereadores. No Brasil, assim como em muitos países, as pesquisas ganharam uma influência desproporcional no cenário político, muitas vezes relegando o pensamento estratégico para segundo plano. É fundamental que os estudos sejam avaliados com rigor, visto que estão no epicentro da vida pública, mas não se pode apostar todas as fichas neste tipo de trabalho. Ainda mais quando estamos na iminência de um novo período eleitoral.


Notadamente em Joinville, já testemunhamos falhas nas pesquisas. Um exemplo foi a vitória de Udo Döhler nas eleições municipais de 2012. A pesquisa Ibope apontava Kennedy Nunes como o futuro prefeito. O levantamento referia-se a intenção de voto para o segundo turno da disputa pela Prefeitura de Joinville daquele ano.

Assim a pesquisa foi divulgada pela imprensa:

"Pesquisa realizada pelo Ibope mostra que Kennedy dever ser o próximo prefeito de Joinville".


Os números que o instituto apresentava:

Kennedy (PSD) - 59%

Udo Döhler (PMDB) - 41%


Resultado oficial:

Udo Döhler (PMDB) - 54,65%

Kennedy Nunes (PSD) - 45,35%


Döhler foi eleito prefeito de Joinville com 161.858 votos. Seu adversário, o candidato Kennedy, conseguiu 134.295 votos. Ou seja, uma diferença significativa.


Os levantamentos costumam trabalhar com amostras, que são pequenos grupos representativos da totalidade da população estudada. Também é comum que os institutos verifiquem, nestas mesmas pesquisas, a rejeição de candidatos entre os eleitores, o nível de conhecimento da população sobre os nomes dos postulantes aos cargos em disputa e a percepção sobre temas que impactem o processo eleitoral.


As pesquisas que envolvem vereadores são tão complicadas que alguns intitutos preferem oferecer estes levantamentos apenas para uso interno dos partidos. Isso se deve à enorme quantidade de candidatos e por conta das regras eleitorais que mudam com frequência. Não é incomum que apareçam vereadores eleitos completamente desconhecidos do grande público e até por pessoas envolvidas no meio político local.


Logicamente as pesquisas representam uma poderosa ferramenta para a compreensão da realidade, jamais um fim que determina as escolhas públicas. São, por excelência, um fator fundamental da democracia, e, como tal, devem continuar a ser minuciosamente analisadas. Mas os candidatos não podem e nem devem se apegar a elas antes da apuração das eleições.




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