Tome Nota com Enio Alexandre
A manobra de Heimlich
Na sala de aula, onde as histórias de matemática e português se desdobram cotidianamente, algo novo e vital pode ser ensinado: a arte de salvar vidas. Imagine um cenário em que a manobra de Heimlich, a massagem cardíaca e os primeiros socorros não são apenas termos técnicos, mas habilidades práticas, dominadas por alunos desde a infância. Em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, nossas escolas poderiam se transformar em verdadeiros centros de capacitação comunitária.
Manter uma piscina é caro, sem dúvida. Mas e se duas ou três escolas tivessem piscinas compartilhadas para ensinar natação como parte do currículo de educação física? Não estamos falando apenas de formar bons nadadores, mas de preparar cidadãos aptos a agir em emergências aquáticas. Afinal, em um país cercado por rios, mares e piscinas, saber nadar é uma questão de segurança pública.
Imagine, também, que essas aulas de natação e primeiros socorros fossem integradas à grade curricular. Crianças e adolescentes aprendendo a realizar uma ressuscitação cardiopulmonar, sabendo como reagir em situações de engasgo ou afogamento. Teríamos, em poucos anos, uma comunidade inteira mais preparada para enfrentar emergências, atuando como verdadeiros anjos da guarda até a chegada dos bombeiros.
Essas diferenças, por mais simples que pareçam, podem tornar uma comunidade única, mais segura e capacitada. Educação sexual, trânsito, primeiros socorros – todas essas são disciplinas que fazem parte da vida real. E é preciso que desde cedo essas coisas sejam ensinadas, não como meros conteúdos, mas como práticas que salvam vidas e constroem uma sociedade mais consciente.
Essa iniciativa poderia partir do poder público municipal ou estadual. Os nossos legisladores têm a responsabilidade de cobrar dos gestores públicos uma visão mais ampla e ousada. É necessário pensar fora da caixa, sair do lugar-comum e implementar políticas que, de fato, transformem a educação em uma ferramenta de emancipação e segurança.
Ao final do dia, saber que nossas crianças e jovens estão aprendendo algo além dos livros, algo que pode fazer a diferença entre a vida e a morte, é um alívio. É transformar o espaço escolar em um local onde se aprende a viver plenamente e a salvar vidas. Esse é o futuro que podemos – e devemos – construir juntos.
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