Vereador é denunciado ao Conselho de Ética

Denúncia contra vereador Wilian Tonezi segue para o Conselho de Ética da Câmara de Joinville

Wilian Tonezi foi o vereador mais votado de Santa Catarina nas últimas eleições

A Câmara de Vereadores de Joinville encaminhou ao Conselho de Ética a denúncia da vereadora Vanessa da Rosa (PT) contra o vereador Wilian Tonezi (PL) por suposta violência política de gênero. A decisão foi tomada por maioria, com 10 votos favoráveis, 2 contrários e 4 abstenções. O presidente da Câmara, assim como a denunciante e o denunciado, não participaram da votação.

A vereadora argumenta que as atitudes de Tonezi ferem o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e também a legislação federal que combate a violência política contra mulheres. O documento de 22 páginas, apresentado na sessão desta segunda-feira (24), aponta que o vereador tem um comportamento reiterado de ataques contra colegas mulheres, especialmente em discursos relacionados às pautas feministas e à igualdade de gênero.

O caso ganhou repercussão após Tonezi criticar, na tribuna, a comemoração dos 93 anos do voto feminino no Brasil. Durante seu discurso, ele declarou que sempre que houver um posicionamento feminista na Câmara, ele irá "expor as feministas e o que elas defendem".

Defesa do vereador

Em resposta à denúncia, Wilian Tonezi afirmou estar sendo perseguido por ser um representante da direita conservadora e criticou o feminismo, classificando-o como "assassino" e "perseguidor de mulheres". O vereador também relacionou a denúncia ao fato de ter se encontrado recentemente com uma deputada antifeminista.

Segundo Tonezi, a acusação é uma tentativa de silenciar figuras políticas conservadoras. "É uma tentativa de calar os representantes da direita conservadora", declarou.

Repercussão entre os vereadores

O episódio gerou divisão entre os parlamentares. Parte dos vereadores defendeu a necessidade de respeitar os direitos políticos das mulheres, enquanto outros criticaram a denúncia, alegando que a liberdade de expressão deve ser preservada.

A vereadora Vanessa Falk (Novo) manifestou apoio à denuncia. "No primeiro mês de sessões, ter essa falta de respeito é muito ruim para as mulheres e para a cidade de Joinville". Já Liliane da Frada (Podemos) destacou que todos devem ser respeitados, independentemente de ideologia. "Estamos aqui através de uma luta antiga, e queremos respeito".

Por outro lado, Cleiton Profeta (PL) classificou a denúncia como uma "narrativa petista clichê para calar opositores". Para ele, debater ideias não pode ser considerado assédio. "Cassar um vereador por defender seu ideal... duvido que qualquer um dos colegas jamais vai embarcar numa patacoada dessas", afirmou.

Próximos passos

Agora, cabe ao Conselho de Ética da Câmara avaliar a admissibilidade da denúncia e decidir sobre eventuais sanções ao vereador Wilian Tonezi. O desfecho do caso pode impactar o ambiente político da cidade e reacender debates sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito no parlamento.