Luiz Carlos Prates
Tudo é possível ao que crê, certo? Mais certo que essa frase só a lua lá no céu, mas... Há quem duvide. Faz pouco, estava de crista baixa, muitas encrencas... Seriam mesmo encrencas ou tudo não passava de um modo errado de pensar? Ou mesmo de fazer-se de vítima? Só sei que abri o armário que estava às minhas costas e fui à minha caixa de frases, frases que costumam ser remédios. E fui à caixa com um pensamento louco, disse a mim mesmo: o que sair tu vais ter que fazer. Uma daquelas apostas loucas que fazemos silenciosamente com nós mesmos. Aliás, silenciosamente, nós com nós mesmos, sabemos bem das nossas loucuras, do que nos passa pelos pensamentos. Como disse, fui à minha caixa de sapatos, são duas já agora, topetadas de frases. Pus a mão, peguei a primeira que deu e fui ler, ler com a convicção dos estonteados. Pois não é que tirei uma frase daquelas... Dizia assim: - “Você não precisa de asas. Tudo é pensamento”. Gostei e não gostei. Eu queria uma frase mágica, mas a frase que tirei da caixa me jogou contra a parede, me responsabilizou por minha crista baixa. Parei, olhei para os lados e não pude levar adiante meu inconformismo, afinal, eu não vivo dizendo que somos o que pensamos? Se eu não preciso de asas posso ir para onde bem entendo sem sair do lugar, é isso? De nada adianta fazer as malas, encalacrar-se num crédito de passagens e ir lá para os cafundós achando que lá vou encontrar a paz e ser feliz. Vou coisa nenhuma. Vou comigo mesmo e comigo mesmo sei onde o bicho ataca... E como dizia a frase tirada da caixa, tudo é pensamento. Há pouco também ouvi uma famosa apresentadora de televisão se queixando de estresse, corridas diárias, compromissos, ansiedade, de tudo um pouco. E aí, ela vai abandonar a “fama”? Vai nada. A saída nesses casos seria então, como diz a frase tirada da caixa, o pensamento. Pensar diferente. Uma saída, senão a única, possível, todavia, a mais difícil de todas na vida. Sem saber não sofro, criando pensamentos indigestos sofro... Cabeça. Encurtando a conversa, estamos equilibrando sobre a testa a solução dos nossos problemas. A danada da cabeça.
Trouxa
Alguns levianos vivem falando em “igualdades”? Pois é, mas quando surge uma ideia de igualdades ficam danados, como, por exemplo, a criação ou multiplicação das escolas cívico-militares. Um dos pacóvios contra as escolas disse num jornal de São Paulo que “essas” escolas adotam um corte de cabelo e uniformes que lembram policiais... E daí, pacóvio? Cabelos ao estilo “cadete” para aos guris e cabelos presos e em coques para as gurias igualam a todos, disciplina. Não é o que querem, fingidos?
Disciplina
Passei por eles. Dois vagabundos, de uns 13, 14 anos, pintando e bordando com bicicletas nas ruas de Florianópolis, só vendo para crer o que eles faziam... Uma provocação diária. E se forem atropelados, estropiados ou mortos? – Ah, culpa é dos bandidos do trânsito, é o que vão dizer do motorista. E os pais dos vagabundos? Aposto que os provocadores não estudam numa escola cívico-militar, aposto!
Falta Dizer
A manchete dizia: - “Atitudes diárias para melhorar o bem-estar físico e emocional”. Não perdi tempo. O roteiro é curto para esse bem-estar: exercícios físicos diários, consciência de que tudo é passageiro, não somos donos de nada, nada fica, e não se apegar às nuvens passageiras da vida. E viver só no aqui e agora.
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