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Uma árvore a menos e já são mais de....


Joinville perdeu mais uma árvore. E já são milhares. Levantamentos informais estimam que a cidade tenha perdido mais de 10 mil árvores, após a aprovação da lei de iniciativa do

ex-vereador Roberto Bisoni, que converte os passeios em estacionamentos e dá prioridade para os veículos manobrarem nas calçadas.


A árvore protagonista desta crônica é uma a mais, entre milhares e muitas outras ainda vão se seguir. A prefeitura municipal não sabe quantas árvores há nas ruas, não há um inventário atualizado, não há um plano de gestão da arborização urbana e a esta ignorância se soma a ausência de fiscalização. O resultado é a perda constante e irreversível do verde urbano.


Na maioria das ruas comerciais já não há mais árvores, uma por uma foram cortadas, derrubadas, suprimidas sob o olhar cúmplice de uma fiscalização omissa e de uma legislação burra que não considerou o impacto negativo que tem para a qualidade de vida dos cidadãos a perda do verde urbano. De nada adianta encher os canteiros de florezinhas e cortar as árvores. Flores embelezam por pouco tempo. Árvores produzem oxigênio, sombra, capturam CO2, reduzem a temperatura, amenizam o barulho excessivo e melhoram a qualidade de vida de todos e cada um dos que aqui moram e ainda, se bem escolhidas, embelezam a cidade com floradas vistosas com todas as cores do arco-íris.


O que está em pauta é o falso dilema entre a visão pontual curto-pracista dos canteiros floridos frente às ruas e praças arborizadas.


Agora a prefeitura deverá agir com presteza para repor, quanto antes a árvore que “desapareceu” na rua Expedicionário Holz. Por que esta árvore é importante? Porque ela servirá de referência para mostrar como o poder público seguirá tratando a arborização urbana, se seguirá omisso e cúmplice da sua destruição ou se agirá além da ação cosmética dos canteiros de flores.


E para não deixar dúvidas vamos a história completa, ou como diria Jack o estripador.


Parte 1

Frente a um café na Rua Expedicionário Holz tinha uma árvore frondosa e de copa verde.


Parte 2

De uma hora para outra e sem nenhuma relação com a época do ano, até porque tratava-se de uma espécie de folhagem perene, a árvore apareceu seca.


Parte 3

Depois os galhos foram cortados - é importante lembrar que a manutenção das árvores em via pública só pode ser feita pela prefeitura ou por empresas por ela credenciadas ou contratadas. Em Joinville, e desde faz anos, a arborização pública está ao léu, sem ninguém cuidando dela.


Parte 4

No último capítulo desta tragédia anunciada, a árvore desapareceu e um corte raso e limpo, feito com precisão cirúrgica, o que sugere que a sua supressão não foi o resultado de um acidente, e sim uma ação planejada e executada em etapas até a conclusão.


Fim

Agora o comércio ganhou uma nova vaga de estacionamento. Fim da história. Tire suas conclusões.




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