foto: Reuters/Pablo Morano
A polícia deteve sete homens nesta terça-feira (23) por agressões racistas contra o jogador Vinicius Jr.
O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, expressou apoio a Vinicius Jr, que ele espera que permaneça no clube.
Ele criticou os protocolos "obsoletos" da Espanha para lidar com o racismo no esporte e disse que consideraria tirar seus jogadores do campo se eles fossem abusados novamente durante um jogo.
Uma investigação de crime de ódio foi aberta depois que um boneco inflável vestido com a camisa 20 do lateral Vinicius Jr foi pendurada em uma ponte em frente ao campo de treinamento do clube. Ao lado havia uma faixa vermelha e branca de 16 metros (17,5 jardas) - as cores do rival Atlético de Madrid - que dizia "Madrid odeia o Real".
Quatro homens foram presos em Madri, disse a polícia, três dos quais eram membros de "um grupo radical de torcedores de um clube de Madri", que foram sinalizados anteriormente durante as partidas como "de alto risco" para ajudar a conter a violência durante os jogos.
Três homens também foram presos em Valência por conduta racista dirigida a Vinicius em uma partida entre Valência e Real Madrid, informou a polícia no Twitter.
As prisões ocorreram um dia depois que o chefe da federação de futebol, Luis Rubiales, disse que o futebol espanhol tem um problema de racismo, após uma denúncia de crime racial apresentada pelo Real Madrid.
Após calúnias contra Vinicius Jr durante uma partida da liga espanhola no domingo, Vinicius Jr, em um post nas redes sociais, chamou o abuso racista de "desumano", e pediu aos patrocinadores e emissoras que responsabilizassem a LaLiga.
'Impotente'
A LaLiga, que está sob pressão para fazer mais contra o racismo, depois que o presidente Lula, a Fifa e estrelas do esporte, como o atacante francês Kylian Mbappé, Rio Ferdinand e o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton, expressaram apoio a Vinicius, disse em um comunicado nesta terça-feira que se sente "impotente" para enfrentar o problema, enquanto a legislação espanhola limitou suas ações a apenas detectar e denunciar incidentes racistas.
LaLiga listou uma série de incidentes contra jogadores negros, incluindo nove contra Vinícius, que não foram a julgamento por falta de provas, e pediu que a lei fosse modificada para que possa cancelar partidas e proibir torcedores de estádios se comportamento racista for detectado.
"A LaLiga está extremamente frustrada com a falta de sanções e condenações por parte dos órgãos disciplinares esportivos, administrações públicas e tribunais, administrações públicas e órgãos jurisdicionais aos quais são feitas reclamações", afirmou em comunicado.
Vinicius expressou frustração pelo fato de a LaLiga não ter exercido pressão sobre a federação espanhola de futebol, que tem o poder de impor fechamentos e proibições de estádios, segundo fontes próximas ao jogador.
A federação pode cancelar uma partida se os insultos racistas continuarem após um período de 10 minutos em que o jogo é interrompido e a torcida avisada. Até o momento, nenhuma partida na Espanha o aplicou.
A Puma, patrocinadora do Valencia e da LaLiga, também ofereceu seu apoio a Vinicius Jr, assim como o banco espanhol Santander, cujo patrocínio titular com a LaLiga termina nesta temporada.
"Na PUMA, não toleramos racismo, condenamos qualquer forma de discriminação e nos solidarizamos com Vinicius Junior", disse a Puma.
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