Safra da tainha anima pescadores
- Redação
- 25 de abr.
- 2 min de leitura
Safra da tainha 2025 em SC: expectativa de fartura, tradição e disputa no STF

foto: Secom/SC
Com a chegada do mês de maio, cresce a expectativa no litoral catarinense para a abertura da safra da tainha 2025 — uma das mais importantes e tradicionais do calendário pesqueiro estadual. A temporada, que mobiliza comunidades, colônias de pesca e centenas de famílias, não é apenas uma atividade econômica: é um símbolo da cultura e da identidade das regiões costeiras de Santa Catarina.
No litoral, o clima já é de preparação. Redes sendo reparadas, canoas artesanais reformadas e olhos voltados para o mar. A temperatura das águas e os ventos do sul, essenciais para a aproximação dos cardumes à costa, são monitorados com atenção por pescadores e técnicos da Epagri.
“Já foram observados cardumes em diversos pontos do nosso litoral, o que reforça nossa expectativa de uma temporada produtiva. O trabalho conjunto entre o governo estadual e as entidades representativas tem garantido incentivos importantes, como o desconto no óleo diesel para embarcações”, destacou Tiago Bolan Frigo, secretário de Estado da Aquicultura e Pesca.
Disputa no STF: SC contesta cota federal
Apesar da animação para o início da safra, uma polêmica movimenta o setor. Pela primeira vez, o Governo Federal impôs cotas à pesca artesanal da tainha — restrição que atinge exclusivamente os pescadores catarinenses. O Governo de Santa Catarina entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a medida. A decisão está nas mãos do ministro Gilmar Mendes.
Patrimônio cultural e sustento para milhares
Reconhecida em 2019 como Patrimônio Cultural de Santa Catarina, a pesca artesanal da tainha é mais do que uma técnica: é um modo de vida que atravessa gerações. São famílias inteiras envolvidas no chamado “lanço de praia”, uma prática comunitária que exige cooperação, conhecimento dos ventos e respeito ao tempo da natureza.
Modalidades de pesca autorizadas
A temporada da tainha em Santa Catarina segue normas específicas, com variações de datas e cotas conforme a técnica utilizada. Confira o resumo das principais modalidades:
Pesca Artesanal de Canoa de Praia (lanço)
Início: 1º de maio
Características: sem motor, feita com apoio de comunidades locais, com redes puxadas da areia.
Pesca de Cerco ou Traineira
Início: conforme liberação federal e critérios ambientais. Utiliza embarcações maiores e mais estrutura.
Pesca Artesanal de Emalhe Anilhado
Envolve o uso de redes específicas e segue cota determinada pelo IBAMA.
Fartura, identidade e resistência
Além do impacto econômico — que movimenta mercados, restaurantes e o turismo local —, a safra da tainha representa resistência cultural e valorização das comunidades tradicionais. Mesmo diante de desafios legais e ambientais, os pescadores mantêm viva uma das maiores tradições do litoral brasileiro.

Comments