Luiz Carlos Prates
Vejo tantas loucuras que vou repetir, em resumo, a história de um príncipe infeliz. Repetições nos acendem a fogueira da memória, do aprendizado. Vamos lá. Um jovem príncipe tinha tudo, mas não vivia, sofria. Um dia saiu para tomar ar, encontrou um amigo, fez um desabafo de sua vida monótona, infeliz, e ouviu um conselho. O amigo disse ao príncipe – “Ó, procura pelo Buda, ele anda por aí, nas ruas, ele pode te ajudar”! O príncipe não vacilou, saiu a procurar por Buda. Horas depois encontrou o filósofo. O príncipe contou de sua vida amuada e pediu ajuda. – Sim, posso te ajudar, disse Buda. E o príncipe perguntou: - E o que devo fazer? Buda tranquilamente respondeu: - Nada demais, apenas solta o que tens na mão e me segue, apenas isso! O príncipe tinha nas mãos sua bolsa, cheia de dinheiro, ouro, os incensos, enfim, de sua infelicidade. – Só isso? - perguntou o príncipe. – Só, respondeu Buda. Tudo acertado, Buda seguiu seu caminho, quieto. E o príncipe atrás dele, andaram, andaram e... Buda virou-se e observou ao príncipe: - “Eu disse larga”! Ouvindo isso, fez-se a luz na cabeça do príncipe. Ele tinha largado a bolsa pelo caminho, mas a tinha largado das mãos, não na cabeça, continuava apegado. Magnífica lição. De nada nos adianta falsearmos nossas verdades, falsos desapegos. Ou de fato nos livramos do que nos acorrenta ou vamos continuar presos a essa corrente, seja ela do tipo que for. E esse “desligar-se” vale para desligar-se de pessoas... Dito isso, outra historinha. Saí para caminhar ouvindo um palestrante americano, falecido, Wayne Dyer. Ele contava que um dia, chateado da vida, decidiu seguir o conselho do desapego. Juntou as centenas de livros lidos que ele tinha, pegou os discos, troféus, roupas, bugigangas de todo tipo que ele tinha ganhado ou comprado, pôs tudo no meio da sala, chamou um amigo e fez o pedido: - “Vende ou dá isso tudo. Faz o que tu achares melhor, quero me desapegar das inutilidades”! Ele fez isso depois de muito trabalhar como executivo. Desapegou-se ao ponto de fazer palestras sem sapatos nem meias, pés no chão para sentir nos pés a energia do solo. E nós, leitora, leitor, como estamos?
Mendigos
Mendigos não, safados. Ouça esta manchete: - “40% dos moradores de rua de Portugal são brasileiros”. Site UOL. Ora, ninguém sai do Brasil na condição de morador de rua, os levianos foram embora achando que lá tudo seria mais fácil, dinheiro caindo do céu, vida no paraíso... Burros! Agora querem ajuda para voltar. E adianta a notícia? Neste momento, incontáveis outros desqualificados estão fazendo as malas para dar no pé, indolentes. Tomem!
Atualizar
Seguido ouço esta frase – “Ah, cara, tu tens que te atualizar”! Dita a mim ou a outrem. Interessante, só que as pessoas que fazem essa frase, para tentar “atualizar” outras pessoas, se referem às tolices dos modismos. Linguagem chula, roupas de “circo”, comportamentos avessos à decência, sem falar nos tiktoks idiotas do mundo corrente. Se a pessoa for decente, bom caráter, disciplinada, qualificada para algum trabalho, vai mudar no quê? Os “rebanhos” adoram os precipícios...
Falta Dizer
Manchete, e me diga se tem cabimento: - “Com três meses de namoro, jovem de 18 anos descobre gravidez de quíntuplos”. Dezoito anos? Namorada e grávida? E os “pais”? Nada justifica. E por que não camisinha? Como alimentar, educar e fazer crescer os filhos para a vida na miséria em que vivem? Vi as fotos da casa. Quem corre por seu gosto não cansa. Virem-se!
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