Luiz Carlos Prates
- “Ah, cara, pega leve”! Quem já não ouviu esse conselho? Num passado anterior às destrutivas redes sociais, as pessoas viviam seus desatinos de um modo discreto, com luz baixa... Hoje não, hoje as pessoas, desde a primeira infância, estão com os dois pés num pátio de hospício, fazendo bobagens de toda sorte e buscando uma glória assentada sobre o nada. Quem duvidar é só ligar o celular e dar um giro. Só vai ver gentinha, gentalha, dançando, pintando e bordando bobagens, de criancinhas (“ensinadas” pelos pais) a idosos, eles e elas, sem pudor. Dancinhas e exibições de todo tipo, talento nenhum. Aliás, quem tem talento não anda por aí, em redes sociais, a pessoa sabe que tem talento, que está acima do rebanho... E essas pessoas costumam ser discretas. Todos os dias, ficamos sabendo de um “famoso” (famoso de araque, bobão ou bobona sem eira nem beira em talentos) a viver um surto, a precisar de internação hospitalar, essas coisas. E foi por uma doença? Não, foi por surtos das “loucuras” modernas, aceitáveis, bem compreendidas pelos iguais. Alguém chega para um “amigo” e conta de suas encrencas, de suas apreensões e o que mais ouve é aquela frase barata: - Ah, cara, pega leve! Muito fácil de dizer, ainda que a frase seja de fato uma vitamina para a vida. Pegar leve é entender que nada vale muito a pena, entender que, grosso modo, quase nada vale a pena. Pegar leve seria entender que tudo vai passar e que não vale a pena se descabelar por coisa pouca. E o que é coisa pouca? Quase tudo. De dinheiro todos precisamos, mas precisamos o de que precisamos para viver, não para se exibir e fazer bobagens, como o fazem os ricos levianos que conhecemos. Pegar leve é uma boa, e quem pega leve vai longe, vai longe na saúde, no dinheirinho de que precisa para viver, no amor de que necessita para respirar melhor, no trabalho que nos sustenta e nos faz sociáveis, em tudo, pegar leve. No meio está a virtude, diz a sabedoria. E nesse meio está o pegar leve. O mais é peso sobre as costas e remorso garantido. E quem não pegar leve, um dia vai gemer: - Ah, como fui burro, burra! Será tarde.
Saúde
Manchete que acabo de ler: - “A flexibilidade no trabalho e seu impacto na saúde mental dos colaboradores”. Não me afasto de dizer que a saúde mental de um empregado, ah, sim, de um colaborador, não depende da empresa, depende de sua infância, de sua educação e, sobretudo, de sua vida familiar. E é bom que fique claro, local de trabalho não é clínica psicológica. É melhor ver a verdade...
Chatice
Que coisa chata, repetitiva, mas sempre atual e por isso aqui vai ela outra vez. Quem achar que seu trabalho é um saco, que não dá para aguentar, que o salário é baixo, o que for, tem toda liberdade, a porta está aberta, é só pedir demissão e ir cantar em outra freguesia. É como sapato apertado, é só tirar e parar de gemer. Mas a pessoa tem que se garantir, senão...
Falta Dizer
Fato. Ele com 67 anos, ela com 31, romance fogoso. Fogoso uma ova, uma jogada ensaiada. Ele podre de rico, carioca, ela uma pobretona, mas bonita de fazer chover no deserto. Casaram. – “Ele tem dinheiro, eu tenho beleza, foi um troca”, disse a “esposa” numa entrevista. Muitas histórias iguais, por aí. Conclusão? O amor também passa pela “bolsa de valores”...
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