Os riscos da bebida ao volante
- Redação
- 21 de jul.
- 2 min de leitura
Tragédia em Joinville evidencia risco crescente da combinação entre álcool e direção

foto: Arquivo Pessoal
A morte de Simone de Fátima Dias, de 37 anos, na noite deste sábado (19), em Joinville, reacende um alerta nacional sobre os perigos do trânsito quando o álcool entra em cena. Simone pilotava uma motocicleta no bairro Rio Bonito quando foi atingida por um motorista embriagado. Ela não resistiu aos ferimentos. Uma segunda mulher, que também estava na moto, foi socorrida com vida e levada ao hospital.
O acidente é mais um entre milhares que ocorrem todos os anos no Brasil envolvendo condutores alcoolizados. De janeiro a novembro de 2024, foram 3.507 acidentes de trânsito associados ao consumo de bebida alcoólica, segundo dados do governo federal. Essas ocorrências deixaram um saldo trágico de 178 mortes e 2.828 feridos.
Apesar do aumento de 7% nos acidentes com relação ao mesmo período do ano anterior, o número de motoristas detidos por dirigir sob efeito de álcool apresentou queda: 3.695 pessoas foram presas, uma redução de 7,3% em comparação a 2023.
A situação escancara uma contradição preocupante: menos flagrantes, mas mais vítimas. Isso aponta para a necessidade urgente de fiscalização mais eficiente e campanhas permanentes de conscientização.
A Lei existe — mas precisa ser respeitada
Desde 2008, a Lei Seca estabeleceu tolerância zero para o consumo de álcool por condutores. Multas pesadas, suspensão da carteira de habilitação e até prisão fazem parte do arsenal legal para coibir essa prática. No entanto, a efetividade da lei depende da fiscalização contínua e do compromisso dos motoristas com a própria vida e a dos outros.
Durante a última Operação de Fim de Ano da Polícia Rodoviária Federal (PRF), realizada entre 20 e 25 de dezembro, 68 mil testes de alcoolemia foram aplicados em todo o país. O resultado: 1.565 motoristas autuados e 97 detidos por embriaguez ao volante.
A dor de uma família, o retrato de um problema nacional
Simone era funcionária de um posto de combustíveis na região. Trabalhava, cuidava da vida, e como tantos brasileiros, provavelmente retornava para casa após um dia comum — interrompido de forma brutal por alguém que escolheu beber e dirigir.
A morte dela não é um número. É um nome, uma história, uma ausência irreparável.
Casos como esse, infelizmente, se repetem todos os dias e em todas as regiões do Brasil. O álcool ao volante é uma escolha que transforma motoristas em ameaças públicas — e vidas comuns em estatísticas dolorosas.
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