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Motociata termina com mais de 200 multas

Celebração pelo Dia do Motorista e de São Cristóvão divide opiniões após atuação da Polícia Militar

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divulgação


Um evento que começou como uma celebração religiosa pelo Dia do Motorista e de São Cristóvão, no domingo (27), em Indaial, no Vale do Itajaí (SC), acabou ganhando repercussão estadual após a aplicação de mais de 200 multas pela Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). A operação dividiu opiniões entre moradores da região, fiéis participantes da motociata e autoridades públicas.


Segundo informações do 32º Batalhão da PM, as autuações foram motivadas por irregularidades como escapamentos adulterados, ausência de capacetes, uso indevido de buzina e, em alguns casos, excesso de ruído durante a carreata. A corporação destacou que todas as infrações foram registradas com base no Código de Trânsito Brasileiro, independentemente do caráter religioso ou simbólico do evento.


A ação gerou reações distintas. Parte da população elogiou a atuação da polícia, citando o incômodo causado pelo barulho logo nas primeiras horas do domingo. Já nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro expressaram forte insatisfação com a conduta da PM, alegando perseguição a manifestações conservadoras.


Uma das vozes mais críticas foi a da deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que gravou um vídeo afirmando que a corporação teria “aberto” a motociata e, posteriormente, autuado os participantes. “Parece até que a intenção era arrecadar. Um PM aparece num vídeo se gabando das multas, isso é um absurdo”, declarou a parlamentar, que também acusou o batalhão de apagar críticas em sua página oficial.


A repercussão se ampliou com o depoimento de um caminhoneiro que se identificou como bolsonarista e defensor da Polícia Militar, mas que, mesmo assim, se disse indignado com as autuações. Em vídeo amplamente compartilhado, ele argumenta que outras manifestações públicas, como festas populares ou campanhas políticas, não recebem o mesmo rigor na fiscalização.


A PM respondeu a diversas críticas pelas redes sociais. Em uma delas, ao ser questionada sobre a Carreta Furacão — frequentemente citada por fazer barulho nas ruas — respondeu de forma sucinta: “Algumas”, referindo-se a eventuais autuações anteriores.


Nos comentários, houve quem defendesse a atuação da polícia: “Religião não é desculpa para escapamento estourado”, disse um seguidor. Outros usuários, no entanto, apontaram o que chamaram de tratamento desigual, citando eventos como a Oktoberfest e festas na Vila Germânica como exemplos de tolerância maior por parte das autoridades.


Em nota, a PMSC reiterou que o objetivo da operação foi garantir a ordem pública, a segurança viária e o respeito ao sossego da comunidade. A corporação reforçou ainda que nenhum evento — seja religioso, cultural ou político — está isento de fiscalização.

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