Morreu Jerry Lee Lewis, ícone do Rock'n'Roll
- Redação
- 29 de out. de 2022
- 3 min de leitura

Jerry Lee Lewis ajudou a popularizar o rock no mundo
Morreu, aos 87 anos, na sexta-feira(28), Jerry Lee Lewis, cantor norte-americano e ícone do Rock 'n' Roll na década de 1950.
Lewis desempenhou um papel fundamental na popularização do gênero musical.
Famoso pelos cabelos loiros, batidas de piano barulhentas e presença em palco, o artista mais conhecido pelo seu clássico "Great Balls of Fire" morreu de causas naturais.
Último sobrevivente de uma sessão histórica que ocorreu por acaso em dezembro de 1956, no estúdio da também icónica editora Sun Records, em Memphis, no estado norte-americano do Tennessee, que o juntou -- ainda novato -- aos já populares Elvis Presley, Johnny Cash e Carl Perkins, Lewis fez igualmente parte da chamada "Class of '55", com Cash, Perkins e Roy Orbison.
Lewis, que em 2006 lançou um disco chamado "Last Man Standing", orgulhava-se de ter continuado a tocar e a subir aos palcos quando os outros criadores do gênero chamado rock'n'roll tinham se retirado de cena, por uma razão ou outra: Elvis foi para o exército entre 1958 e 1960, Chuck Berry passou quase dois anos preso por atravessar linhas estaduais com uma menor em 1959, Buddy Holly morreu na queda de um avião e Little Richard abandonou a música pela religião.
"Nunca me considerei o maior, mas sou o melhor", afirmou, em 1979. A propósito de "maior", reza a história que, no dia 23 de novembro de 1976, Lewis apareceu armado em Graceland, às 3h da madrugada querendo ver Elvis. O "Rei" mandou chamar a polícia e Lewis foi, mais uma vez na sua vida, detido.
Uma antiga presidente do clube de fãs de Lewis, Kay Martin, explicou à Rolling Stone que o encanto do músico "nunca foi tão abrangente como o de Elvis porque ele sempre fez mais sucesso junto aos homens". "Dirigi o Fã-clube dele durante oito anos e se tivesse 20 moças no clube era muito. Ele as afastava. Acho que as assustava. Porque Jerry Lee Lewis, não queria nada carinhoso como um ursinho de pelúcia. Ele queria mostrar as suas grandes bolas de fogo", afirmou Kay Martin.
Escândalo

Lewis com a esposa Myra, de 13 anos, chegando em Londres
A ascensão foi tão rápida quanto a queda, que ocorreu, logo em 1958, quando é divulgado, numa turnê ao Reino Unido, que o terceiro casamento -- sem que o segundo tivesse sido anulado - deu-se com uma prima de 13 anos, Myra. Embora Lewis visse o casamento com uma menor como algo normal na região onde cresceu, o escândalo que se seguiu destruiu parte da sua carreira. Myra e Jerry Lee separaram-se em 1970.
Apesar de grande parte do público desaprovar abertamente o seu comportamento na vida privada, que veio a ser marcada também por excesso do consumo de álcool, drogas e também por recorrentes problemas com a lei, Jerry Lee Lewis não abandonou os palcos, tendo passado a focar a carreira no sul dos Estados Unidos.
Em 1968, depois de vários fracassos, a carreira teve um ressurgimento com "Another Place, Another Time", desta feita mais virado para o 'country'. Ao longo das décadas seguintes, continuou a lançar músicas novas, mas já distante do sucesso que conheceu entre 1956 e 1958.
Depois de um enfarte, em 2019, Jerry Lee Lewis teve de reaprender a tocar piano com a mão direita, mas se recuperou e voltou a gravar.
Vencedor de um Grammy pela carreira, atribuído em 2005, Jerry Lee Lewis fez parte do primeiro grupo de artistas a entrar para o Rock and Roll Hall of Fame, em 1986, juntamente com Chuck Berry, Elvis Presley, James Brown, Ray Charles, Little Richard, Sam Cooke, Fats Domino, Everly Brothers e Buddy Holly.
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