Invasão russa prejudica montadoras e força Tupy a conceder férias coletivas a partir de segunda
- Luiz Veríssimo
- 8 de abr. de 2022
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Atualizado: 8 de abr. de 2022

Pelo menos 1.500 dos 2.000 trabalhadores da fundição de blocos da Tupy em Joinville estarão em férias coletivas por 15 dias a partir desta segunda-feira (11). Um dos motivos é a longa invasão russa na Ucrânia, que reduziu a produção das montadoras brasileiras, principalmente a de caminhões, avalia o presidente do sindicato dos Metalúrgicos de Joinville, Rodolfo de Ramos. Um dos grandes clientes da Tupy é a Mercedes Benz, que concedeu férias coletivas para seus quase cinco mil trabalhadores em São Bernardo do Campo (SP). A invasão russa provocou a falta de matéria prima no Brasil e no mundo, já que Rússia e Ucrânia (Leste Europeu) são produtores de ferro gusa, alumínio, cobre, chumbo e outros que são necessários para formação do ferro fundido. Com esta interrupção da exportação de comanditeis por parte dos dois países, em razão da invasão, os demais países que também exportam aumentaram o preço.
Dívida da Prefeitura
Nas próximas semanas deve acontecer uma reunião do prefeito Adriano Silva com os 19 vereadores de Joinville. Pauta principal é uma dívida de R$ 21 milhões que a Prefeitura poderá ser obrigada a pagar às empresas Transtusa e Gideon. Se perder em última instância, o pagamento precisa da aprovação do Poder Legislativo. Se os vereadores não aprovarem, o prefeito será responsabilizado, podendo ser punido por descumprir decisão judicial. É que a Justiça mandou a Prefeitura pagar um valor mensal às duas empresas referente aos prejuízos no período da pandemia. Houve recurso (decisão mantida em segunda instância) e a decisão judicial não foi cumprida. Agora acumulou.
Fim da pandemia
Cálculo de um vereador da bancada governista: com o fim da pandemia a Secretaria da Saúde de Joinville parou de receber R$ 100 milhões do Ministério da Saúde.
Candidato milionário
Ao que parece a preferência de Bolsonaro é ter um candidato rico ao Senado. Primeiro foi Luciano Hang. Agora colocou impôs o nome de Jorge Seif Junior, ex-secretário nacional da pesca. Se não é milionário, sua família o é. Papai de Júnior é dono da maior indústria pesqueira do País, cuja sede é em Itajaí e responsável por cerca de 60% do peixe enlatado no mercado nacional.
Imposição
Jorginho Mello estava planejando ceder a vaga ao Senado na sua coligação para um partido aliado, mas Bolsonaro impôs o nome, que é do mesmo partido (PL). Kennedy Nunes (PTB) era o nome acertado.
Recusa
Há duas semanas, quando esteve participando de uma reunião do PL promovida pelo pré-candidato a deputado federal Ari Rabaiolli em Joinville, Jorginho Mello convidou publicamente Ninfo König para ser seu companheiro de chapa. O empresário e ex-vereador respondeu na hora que não aceitava. Não quer voltar à política.
Cidadão Benemérito

Ainda neste mês, Ninfo König vai receber o título de Cidadão Honorário de Joinville. A solenidade será no Plenário da Câmara de Vereadores, mas a recepção aos convidados será no salão nobre do Joinville Tênis Clube.
Declinou
O nome do anfitrião também foi cogitado, mas Ari não abre mão de concorrer à Câmara Federal por compromisso assumido com sua categoria. Ele é dono da Aceville e presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina. Por estas duas tentativas, Jorginho quer alguém de Joinville para vice, mas deve ser de outro partido.
Pirabeiraba
O vereador Diego Machado é o nome cotado para suceder Maurício Peixer na presidência da Câmara de Vereadores. Segundo mais votado em 2020, Diego mora em Pirabeiraba. Seu vizinho Sidney Sabel também deve ser candidato novamente. Ele tentou armar uma chapa contra Peixer e seu grupo desistiu no dia da eleição por ter conseguido maioria (apenas oito vereadores).
Governabilidade
Graças a esta eleição, Peixer deu governabilidade ao prefeito Adriano Silva. Recortando a bancada do Novo, que votou em Peixer por imposição do prefeito (os três queriam lançar um candidato), Maurício reuniu e manteve unido um grupo de oito vereadores que hoje está na bancada governista. Ao lado do trio do Novo formam a maioria de 11. Se tivesse perdido a eleição, Adriano teria minoria no Poder Legislativo. Governar com minoria é muito difícil.
Busscar
A Busscar entregou recentemente 14 ônibus em Joinville. Gidion e Transtusa compraram seis cada uma para fretamento e viagens curtas. A Fratelli Turismo recebeu dois. A fábrica continua rodando cada vez mais. São cerca de 1.500 empregos diretos.
Nome sugestivo
O jovem Renan Bolsonaro, o filho 04, revela-se um empresário de futuro. Tem uma empresa chamada “Bolsonaro Júnior Eventos e Mídia”. A Polícia Federal quer ouví-lo porque há suspeitas de articulações com os setores de mineração e construção. Será que vai seguir os passos do Lula Júnior?
Pesquisas
Enquanto as pesquisas insistem na liderança de Lula, as imagens estão desmentindo. Nesta sexta-feira (08/04), Bolsonaro foi aplaudido ao discursar em Pelotas (RS), como tem acontecido em outras cidades.

História
Na noite de 13 de maio de 2017, uma segunda-feira chuvosa, o estacionamento do Sítio Novo estava lotado, sem nenhum ônibus. Quem passasse pela Avenida Santos Dumont ficaria intrigado porque nenhum show nacional estava sendo anunciado em Joinville. Lá dentro a maior lotação da história do Sítio Novo. Milhares de pessoas em pé no amplo salão de baile. Era o deputado federal Jair Bolsonaro, então pré-candidato a presidente. Eu era colunista do jornal Notícia do Dia e não sabia desta reunião que não foi divulgada na imprensa. No dia seguinte Alex Muller me enviou fotos pelo celular com a impressionante lotação. Ali percebi que um “tsunami” estava se formando e que iria inundar as urnas do Brasil no ano seguinte.
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