O empresário catarinense Luciano Hang presta depoimento na CPI da Covid nesta quarta-feira (29/09). Declarado apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o dono da Havan foi muito pressionado.
Em sua apresentação inicial, Hang afirmou que não é negacionista e disse que durante a pandemia defendeu a abertura do comércio e da indústria. Lembrou ainda de algumas ações que fez para ajudar no combate à pandemia.
O empresário irritou parte dos senadores da CPI da Covid ao levar placas com dizeres como: "Não me deixam falar". O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pediu para que as placas fossem retiradas e suspendeu a sessão.
Aziz também pediu que um advogado de Hang, que se envolveu em discussão com o senador Rogério Carvalho (PT-SE), fosse retirado da sessão.
Renan leu um texto em que disse que, ao longo de toda a história, governos sempre tiveram um "bobo da corte". O relator prosseguiu com as metáforas e alusões a circos. Ele falou em "malabaristas da milícia", "marionetes do crime". Por fim, disse que só restou o "globo da morte", em referência aos quase 600 mil mortos da pandemia.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, que não costuma frequentar as sessões da CPI, saiu em defesa de Hang. Disse que Renan estava chamando o empresário de "bobo da corte". Renan disse que estava lendo um texto e que não ofendeu ninguém.
Questionado sobre sua relação com o presidente da República, Luciano Hang afirmou que nunca se reuniu com Bolsonaro para tratar de assuntos relacionados à pandemia de Covid-19 no Brasil.
O empresário também negou ter financiado quaisquer manifestações governistas, incluindo as de 7 de Setembro.
Ao ser questionado sobre a Covid-19 não constar como causa mortis no atestado de óbito de Regina Hang, o empresário afirmou que a morte pela doença foi notificada no mesmo dia do falecimento.
“No mesmo dia 3, quando minha mãe morreu, foi colocado Covid. [Documento] da comissão de controle hospitalar onde ela adentrou no hospital no dia 1º de janeiro e saiu no dia 3 de fevereiro. A entrada mostra covid e a saída mostra covid”.
A informação, no entanto, não estava no atestado de óbito. Hang diz que considerou o fato “estranho” e questionou a Prevent Senior.
“Achei estranho de não estar no atestado de óbito. Sou leigo e não estava o pós-covid, mas aqui eles me provaram que foi colocado. Quem preencheu o atestado foi o plantonista. A comissão viu o erro do plantonista”, disse.
“Sou leigo, não sei o que tem que botar no atestado. Procurei a Prevent Senior e acho que senadores foram levados a erro”, afirmou o empresário.
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