Disrupção: tudo com Raphael Rocha Lopes
“♫ Esses humanos que circulam/ Pela cidade aí afora/ Eu não aguento, eles querem me conquistar/ Eu não aguento, eles querem me controlar” (Humanos, Supla - Tokyo).
O golpe está aí; cai quem quer!! Quem nunca ouviu essa frase? Especialmente nos dias de hoje, volta e meia tem alguém lembrando dela.
Nessa desenfreada corrida contra os golpistas de plantão, até banco está dando dicas na televisão de como se prevenir dos falsários que utilizam telefone e internet para tentar abocanhar as economias das pessoas. Pesquisas na internet também ajudam: “dicas contra golpes” tem mais de 4.420.000 resultados no Google. Por outro lado, “como dar golpes na internet” gerou 36.200.000 resultados na mesma plataforma. A maioria deles falava mais de prevenção do que dos métodos de golpes em si, é verdade.
Os gananciosos
Ocorre que muita gente cai nos golpes por ganância, aquele degrau a mais da ambição. Um negócio das arábias, uma chance imperdível, um lucro gigante. Tudo isso é chamariz para pessoas que querem ganhar dinheiro fácil e, nas ondas da internet, encontram os meios mágicos de faturar acima do normal. É tão mágico que normalmente não veem nem o lucro e nem o dinheiro que investiram de volta.
Não que isso não aconteça no mundo real, físico. Na internet, porém, as formas de persuasão, os depoimentos falsos, as ilusões vêm aos borbotões. Pululam em janelas e formatos diferentes e atraentes. E, aí, o que era para ser a aposentadoria de uma vida vira uma tremenda dor de cabeça.
Os desligados
Outro alvo fácil são os desligados. Os que não prestam muita atenção no que fazem na internet. Os que clicam em qualquer link, venham eles por e-mails ou por mensagens no WhatsApp. A frequência dos golpes utilizando aplicativos de comunicação aumenta a cada semana, e mesmo com bastantes notícias na mídia, muita gente continua caindo.
É verdade que os cibercriminosos estão cada vez mais criativos. Mas também é verdade que há muitas pessoas com o dedo nervoso, que não podem ver um link azulzinho que já vão clicando e aí o estrago se consuma (ainda que a vítima só perceba pouco ou muito tempo depois).
Claro que existem, também, casos de simples ingenuidade, como os daqueles que caem em promoções que não existem, trazendo vírus para seus computadores e celulares.
Os indecifráveis
Além de criativos, os cibercriminosos estão ficando sofisticados. Há situações que se torna quase impossível, para as vítimas, por mais atentas que sejam, identificar que está sofrendo um golpe.
Utilizando-se de engenharia social, os bandidos se passam por funcionários de bancos e instituições, e com informações privilegiadas (de comparsas de dentro dos estabelecimentos, ou por compras de dados na dark web) aliadas a uma articulação cada vez mais evoluída, muitas vezes trabalhando com o temor da própria vítima de cair em golpes, conseguem convencê-las a passar senhas ou baixar aplicativos que jamais fariam em outras situações.
A evolução da tecnologia nos traz benefícios e riscos, como tudo na vida. A criatividade e a sofisticação dos criminosos, porém, exigem nossa máxima atenção. Hoje Supla poderia cantar que esses humanos, pela internet aí afora, querem nos conquistar e controlar. E querem mesmo, principalmente pela nossa conta bancária!
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