Fiesc é contra candidatura de Carlos Bolsonaro por SC
- Redação
- 26 de jun.
- 2 min de leitura

Caroline de Toni aprova o nome de Carlos Bolsonaro como candidato ao senado por SC
A possível candidatura de Carlos Bolsonaro (PL), vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao Senado por Santa Catarina provocou forte reação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Em nota, a entidade criticou a articulação e afirmou que o Estado “não precisa importar políticos”.
Para a Fiesc, os representantes catarinenses no Congresso devem ter raízes e compromisso direto com o Estado. “Nossos congressistas devem estar ligados ao setor produtivo e à população catarinense, para defender com legitimidade e conhecimento de causa os nossos interesses”, diz o comunicado. “A Fiesc valoriza a autonomia política do Estado, as lideranças locais e o respeito à trajetória de um Estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade.”
A movimentação de Carlos visa aproveitar o forte apoio ao bolsonarismo em Santa Catarina — onde Jair Bolsonaro teve 69,27% dos votos no segundo turno das eleições de 2022 — como base para lançar uma candidatura ao Senado. Porém, a tentativa esbarra em resistências locais.
No Rio, Carlos Bolsonaro encontra um cenário político competitivo e com pouco espaço no próprio partido. Três nomes do PL já se movimentam de olho nas duas vagas ao Senado em 2026: o senador Flávio Bolsonaro, que deve buscar a reeleição; o governador Cláudio Castro; e o senador Carlos Portinho. Com esses nomes mais consolidados na política fluminense, Carlos teria chances reduzidas de ser o escolhido pela sigla para disputar uma das vagas.
Diante disso, surgiu a ideia bancada por Jair Bolsonaro, de que ele poderia transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina — Estado onde seu irmão mais novo, Jair Renan Bolsonaro, foi o vereador mais votado em Balneário Camboriú. No entanto, a rejeição de setores influentes, como a Fiesc, pode inviabilizar essa estratégia.
Carlos Bolsonaro foi o vereador mais votado da cidade do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2024, com 130.480 votos. Apesar do resultado expressivo, o salto direto para uma candidatura ao Senado fora de seu estado de origem é visto com desconfiança por lideranças políticas e empresariais catarinenses.
A deputada federal Caroline De Toni (PL-SC) defendeu nesta quinta-feira (26), em entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, a candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, numa clara oposição à posição adotada pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), que repudiou o lançamento de candidatos “importados” para representar o estado.
Na entrevista, De Toni fez questão de destacar sua ligação pessoal com o ex-presidente Jair Bolsonaro, atribuindo a ele o mérito de sua própria eleição e reeleição à Câmara dos Deputados. A deputada aproveitou para criticar diretamente o que chamou de “bairrismo” em Santa Catarina, em referência à resistência manifestada por setores políticos e empresariais ao nome de Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro, como candidato catarinense ao Senado.
“Eu, particularmente, sou suspeita para falar, porque, em primeiro lugar, sou extremamente grata ao presidente Bolsonaro por hoje estar deputada federal”, afirmou De Toni, ressaltando sua fidelidade política. Logo após, ela fez uma declaração polêmica que chamou a atenção nas redes sociais: “O que está em jogo não é o bairrismo de Santa Catarina neste momento. O que está em jogo é a continuidade ou não das liberdades no Brasil.”
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