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Estudante é preso por fingir sequestro em SC

Estudante de Medicina é Preso por Fingir Sequestro para Pagar Dívidas de Jogos Online

divulgação PM/SC


Um estudante de medicina de 29 anos foi preso em flagrante após fingir o próprio sequestro para extorquir dinheiro da irmã, em Santa Catarina. Natural de Goiás e cursando o décimo semestre na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no polo de Araranguá, o jovem alegou ter recorrido ao golpe para quitar dívidas acumuladas com apostas esportivas online, conhecidas como “Bets”.


O caso mobilizou a Polícia Civil no início da semana, após a família do estudante relatar um suposto sequestro ocorrido em Nova Veneza, no Sul do estado. Os “criminosos” exigiam R$ 40 mil como resgate. Alarmada, a irmã do rapaz, que mora em Goiânia (GO), chegou a transferir R$ 5 mil. No entanto, a investigação revelou que a suposta vítima circulava tranquilamente em seu próprio carro pelas ruas de Araranguá.


Segundo o delegado responsável pelo caso, Luis Otávio Pohlmann, a polícia localizou o estudante após a irmã, preocupada, compartilhar a situação com a cunhada, que então procurou as autoridades. Ao ser abordado, o jovem demonstrava tranquilidade e confessou ter inventado o sequestro para conseguir dinheiro rapidamente.


Além de enganar a irmã, o estudante também teria manipulado a própria namorada, instruindo a irmã a não contar sobre o “crime” a ninguém. O valor enviado foi imediatamente usado para abater parte de suas dívidas com jogos online. O homem foi autuado por extorsão e encaminhado ao Presídio Regional de Araranguá.


O Alerta por Trás do Caso: Os Perigos do Vício em Jogos Online



O episódio chama atenção para um problema crescente no Brasil e no mundo: o vício em jogos online, especialmente apostas esportivas. Trata-se de um transtorno reconhecido que pode comprometer a saúde mental, emocional, social e financeira do indivíduo.


O vício em jogos é caracterizado pelo comportamento compulsivo de jogar, mesmo diante de consequências negativas. Entre os principais sintomas, estão:


Passar longos períodos jogando ou acompanhando resultados;


Ansiedade quando não está envolvido com o jogo;


Dificuldade de se concentrar em outras atividades;


Mentir para familiares sobre o tempo e dinheiro gastos com jogos;


Usar o jogo como uma forma de fuga ou para tentar recuperar perdas financeiras.


As consequências podem ser devastadoras: endividamento, rupturas familiares, perda de emprego, e, em casos mais graves, envolvimento com atividades criminosas — como no caso do estudante goiano.


Tratamento e Prevenção

O tratamento para esse tipo de dependência pode envolver:


Terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a identificar e modificar pensamentos distorcidos;


Participação em grupos de apoio, como os Jogadores Anônimos;


Acompanhamento psiquiátrico, quando necessário.


Reconhecer o vício é o primeiro passo para a recuperação. Entender os gatilhos emocionais, desenvolver autocontrole e estabelecer limites claros com o uso da tecnologia são estratégias essenciais. Em casos mais graves, como quando a autonomia do indivíduo está comprometida, pode ser necessário acionar a justiça para requerer a curatela.


O vício em jogos online é uma doença séria que exige atenção da sociedade, das famílias e das autoridades. O caso ocorrido em Santa Catarina serve como alerta sobre até onde uma pessoa pode chegar quando está dominada por um comportamento compulsivo — e como é fundamental buscar ajuda antes que os danos sejam irreversíveis.

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