Luiz Carlos Prates
Nascemos com as paredes da memória em branco, sem nada. À medida em que vamos vivendo, assombrações vão sendo escritas nessa parede que também atende pelo nome de memória, memória consciente e memória inconsciente. Do momento em que pela primeira vez ouvimos falar em morte, pronto, a partir daí se eleva e calcifica a chamada “angústia vital”, a angústia que nos vai acompanhar até o ponto final... Dessa angústia ninguém escapa, e dela faz-se a luz: para que viver se todos vamos morrer? Por que correr atrás do vento da vida se esse vento pode sumir a qualquer momento? Vem dessa angústia vital a necessidade que temos de ter um credo, uma ideia superior de vida superior e “posterior”, isto é, outra vida, uma vida, e por que não, eterna? Carl Jung, psicoterapeuta, (1875/1961) contemporâneo de Freud, dizia que todas as pessoas que o procuravam para tratar de severas encrencas emocionais tinham problemas espirituais, religiosos, não resolvidos. Eram pessoas na segunda metade da vida, pessoas acima dos 35 anos... Se pensarmos bem a questão, aí está um ponto a ser meditado. Por que viver, por que lutar tanto se daqui a pouco a pessoa pode apitar numa curva qualquer da vida? Sem um credo elevado, sem uma espiritualidade que justifique todos os nossos empenhos e suores, de fato, viver é uma perda de tempo. É preciso haver um novo “lar”, uma nova vida após esta vida. Só assim a vida faz sentido. Se tudo de fato acaba no apito final da vida corpórea, é baita inutilidade corrermos atrás dos ventos do nada. É preciso ter um credo, mas acreditar de fato, de modo epidérmico, sanguíneo. Sem isso, cruzes, que inutilidade nascer, crescer, sofrer, lutar e se apagar, apagar para sempre. Se for assim, ou se fosse assim, não estariam errados os vadios, os que não estão nem aí para nada, afinal, o “nada” eterno seria igual para todos. Jung enfatizava esse aspecto na vida dos que o procuravam e contavam de suas amarguras existenciais, amarguras alicerçadas sobre o ateísmo. Inegável, pensar que morreu, morreu e que não há mais nada, enlouquece. Melhor é crer, ter uma boa crença, afinal, tudo é possível ao que crê, até mesmo ir para o céu depois do apito final!
Vida
Casaram? Imagino então que casaram por amor, afinal, só os miseráveis da vida casam por outra razão... Então, se os “pombinhos” casaram por amor eles têm que entender que o melhor lugar na vida para ser feliz é dentro de casa, com ela, com ele e com os filhos, se for o caso. Sem a felicidade alicerçada sobre a vida em família, nada mais, nada mesmo, vai produzir felicidade. Para os que casaram por amor, deixei bem claro...
Cabeças
Nossa cabeça é um imã de atração de “mensagens” que nos chegam de todos os lados. E quanto mais estressados, nervosos, desiludidos, fracos, inseguros estivermos mais seremos afetados pelos pensamentos e ações dos que nos estão por perto, ou nossos “afins”, estejam onde estiverem. Pensamentos alheios nos atingem. Crer nisso, uma verdade incontestável da Psicologia, faz bem e pode nos blindar de encrencas. Os pensamentos são ou parachoques ou armas carregadas...
Falta Dizer
Faz alguns dias, a manchete era parecida. Repete-se. Ouça: - “Aumenta registro de autoagressão e de tentativa de suicídio entre jovens”. Pudera. Coitados, são órfãos de pais vivos. Os papitos e mamitas que andam por aí só sabem do vapt-vupt, depois disso os filhos que se cuidem. E os papitos se queixam dos governos. Ordinários!
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