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Denúncia gera debates acalorados na Sessão

Opinião, informação e política com Milena Tomelin

Vereadora Vanessa da Rosa (PT) apresenta denúncia contra Vereador Willian Tonezi (PL)


Entendendo a denúncia


Na segunda-feira (24), a vereadora Vanessa da Rosa (PT), apresentou denúncia contra o vereador Willian Tonezi (PL), sob alegação de que o parlamentar teria descumprido normas relativas à ética e ao decoro parlamentar ao perpetrar violência política de gênero.

Para subsidiar a denúncia a Lei 14.192/2021 foi utilizada, aduzindo que as condutas de Tonezi (PL) são intimidatórias, deslegitimadoras e discriminatórias contra as mulheres no exercício da política, cujo único objetivo é constrangê-las, silenciá-las ou impedir sua efetiva participação no processo político.


A título de exemplo, cita situações ocorridas envolvendo também as vereadoras Vanessa Falk (NOVO) e Liliane da Frada (PODEMOS)


Cita a ocorrência de declarações, uma delas seria a de que sempre que houver na Câmara algum discurso feminista, ele tomaria a posição de expor as feministas e o que elas defendem. Com base nisso, alega que de forma flagrante e premeditada, o uso da palavra e do poder político para promover atos de violência política de gênero contra as vereadoras mulheres, sendo ações reiteradas de forma sistemática e agressiva e que sua conduta ao longo das sessões e reuniões, configuram um padrão de assédio político que visa desqualificar a atuação das vereadores mulheres e criar um ambiente hostil, intimidatório e excludente.


Repercussão da denúncia durante a Sessão Ordinária de 24/03/2023


A leitura da denúncia feita pelo secretário, o vereador Henrique Deckman iniciou às 17h19 e encerrou somente em 18h06. Após a conclusão da leitura da extensa denúncia composta por 23 páginas, a situação ficou bastante agitada no Plenário. Para recebimento da denúncia, de acordo com o Regimento Interno, seria necessária a maioria simples.

Então, abriu-se o tempo de 3 minutos para cada vereador poder se manifestar acerca da denúncia.


Vanessa da Rosa (PT) : Mencionou que não estão falando sobre ideologia de feminismo e sim de violência de gênero, ressaltou que as parlamentares tem direito de exercer seu mandato com tranquilidade. Citou a lei 1492/21 que tipifica a Violência de Gênero como crime. Alega que há tentativa sistemática de silenciar as vereadoras. Menciona que as ideias das parlamentares são rebatidas a gritos por Tonezi (PL). Menciona que o espaço é intimidador. Diz que a denúncia envolve abuso de poder. Em sua segunda fala, Vanessa expôs trecho de um vídeo com uma fala de Tonezi, falando que o movimento – a denúncia, é um movimento pedagógico e desafia os homens a irem contra a violência.


Willian Tonezi (PL): Fala que os militantes de direita estão sendo perseguidos e citou exemplos de casos que estão ocorrendo no Brasil. Faz menção ao caso envolvendo a Deputada Ana Campagnolo. Cita que a “hidra feminista” configura um perigo para a liberdade política e que pode refletir uma tendência continua e não uma fase temporária, que até os críticos da direita concluem que os políticos temem a se posicionar, e uma ansiedade geral ronda o parlamento, ninguém mais sabe quando será acusado e do que, e poucos tem como se defender da difamação e do julgamento precipitado da mídia e do tribunal da internet.

Salienta que o PT sob uma desculpa esfarrapada, o acusa. Menciona que uma das mulheres mais atacadas pelo feminismo foi Michele Bolsonaro, e que a direita conservadora consagra as mulheres no poder. Reafirma que continuará utilizando a tribuna para criticar o movimento feminista que persegue mulheres na democracia. Em sua segunda fala, levanta a questão da representatividade na política, fazendo menção ao movimento PL Mulher, as deputadas mais votadas em Santa Catarina, Júlia Zanatta, Carol Detoni e Ana Campagnollo, que representam as mulheres Catarinenses. Reafirma a tentativa de silenciamento perpetuada pela denúncia em questão. Em sua terceira fala, mencionou que os que o criticam, subiram na tribuna utilizando da mesma ferramenta, vez que falaram aos berros. Deixou claro que é nítida perseguição política, que sua representatividade a título de exemplo, sua briga contra o aumento da tarifa de lixo, está incomodando a oposição.


Cleiton Profeta (PL): Inicia falando sobre o discurso da colega Vanessa da Rosa (PT), e sobre a expressão “tentativa sistemática de calar”, utilizada várias vezes. Segue falando: “acuse-os do que você é”, e pontua que o fato versa exatamente sobre isso, ou seja, uma tentativa sistemática de calar um opositor, narrativa petista e clichê. Questiona o emprego da palavra “assédio” por inúmeras vezes na denúncia, e chama atenção acerca da seriedade do assédio. Critica a banalização do emprego dos termos, fala sobre a conivência da relativização, que cada um tende a concordar com o emprego da ideologia de acordo com a situação que lhe convém. Fala que cassar um vereador por debater seu ideal, é um absurdo. Cita a Vereadora Tânia Larson que se identifica como feminina e não feminista. Ressalta a deputada Ana Campagnollo e sua representação feminina sem dramatização, sendo a Deputada mais votada. Ressaltou que mulheres femininas não se sentem representadas por esse movimento.


Vanessa Falk (NOVO): Em sua fala, resumidamente alega defender a liberdade de expressão e que foi doloroso ouvir Tonezi alegar que “elas” não estão a serviço das mulheres.


Liliane da Frada (PODE): Falou que votará a favor da denúncia, que a opinião de Tonezi é respeitada, que Ana Campagnolo está sendo visionária ao manipular os homens a seu favor. Fala que todos tem direito a falar, que inexiste feminina ou feminista e que a única coisa que querem é poder falar, ressalta que respeita Tonezi e que quer direito de poder brigar sem ser atacada.


Henrique Deckmann (MDB): Faz um discurso dizendo que é fácil dizer que é feminismo quando a maioria das pessoas nem se lembra do que se trata, que a situação em questão tem haver com respeito e vergonha na cara, que se inventa um aspecto ideológico para esconder “seilá o que”. Diz que o que interessa é só rede social e não debate, que as pessoas estão sendo enganadas, que é só barulho que importa. Segue aduzindo que está tudo misturado. Diz que não se refere ao feminismo, e sim sobre a mulher que precisa ser respeitada, e que a instituição está sendo atacada ante a falta de respeito às pessoas.


Tânia Larson (União Brasil): Inicia falando que não vota por ameaças, que não é feminista, é feminina, mulher, que como parlamentar entende que a denúncia tem admissibilidade e que cabe a comissão de ética analisar os autos da denúncia. Chama a atenção para a necessidade de diálogo entre homens e mulheres e mulheres com milhares também. Diz que é necessário respeito entre homens e mulheres, respeito uns aos outros, que trabalha e defende o respeito de todos ao Parlamento. Que a câmara não deve passar o exemplo da perseguição.

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