Cuidado com o que Assiste

Deepfake Pode Estar Te Enganando

Gisely Otoni: Especial para o Portal Via Direta

A Inteligência Artificial (IA) está em alta — e não é à toa! Ela tem aparecido em todos os lugares: nos aplicativos que usamos, nos filmes que assistimos e até nas ferramentas de trabalho. Ao mesmo tempo que encanta pelas possibilidades, também desperta receios. E entre os temas que mais preocupam, um dos que tem ganhado destaque é o chamado deepfake.

Mas antes de entrarmos nos riscos e como se proteger, vamos entender melhor do que se trata tudo isso.

IA: algo realmente novo?

Apesar de parecer um assunto moderno, a IA não nasceu ontem. Sua história começou lá nos anos 1950, quando cientistas como Alan Turing começaram a questionar: “Será que máquinas podem pensar?”. Desde então, a ideia foi evoluindo, passando por altos e baixos, até chegar às tecnologias que temos hoje — como o ChatGPT, por exemplo, ou assistentes de voz no celular.

Ou seja, a IA está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Mas é importante lembrar que, como toda ferramenta, seu uso pode ser tanto para o bem quanto para o mal.

O que é Deepfake?

O termo "deepfake" vem da junção de deep learning (aprendizado profundo, um tipo de IA) com fake (falso). Essa tecnologia permite criar vídeos, fotos ou áudios falsos que parecem incrivelmente reais. Com ela, é possível colocar palavras na boca de alguém, imitar vozes ou até criar rostos que não existem — tudo isso com aparência bastante convincente.

Embora possa ser usada de forma criativa (como em filmes ou jogos), o uso indevido da deepfake pode gerar sérios problemas: fraudes, golpes, desinformação e até danos à imagem de pessoas inocentes.

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Como identificar um deepfake?

Não é preciso ser especialista para desconfiar de algo estranho em vídeos ou áudios. Com um pouco de atenção, dá para notar sinais que entregam uma manipulação. Veja algumas dicas:

Olhos e piscadas – Muitas vezes, os olhos em vídeos falsos não piscam normalmente ou têm um olhar “vidrado”.

Expressões faciais – As expressões podem parecer travadas ou não combinar com o que está sendo dito.

Movimentos da boca – Fique atento se a boca se mexe de forma natural com o som da fala.

Luz e sombra – Iluminação estranha ou sombras inconsistentes podem ser sinal de edição.

Voz distorcida – Em áudios, a voz pode soar sem emoção, com pausas esquisitas ou tom robótico.

Desconfie do conteúdo – Vídeos com celebridades fazendo ofertas milagrosas? Notícias chocantes de última hora? Sempre verifique a fonte antes de compartilhar.

Essas pistas não garantem que algo seja um deepfake, mas são um bom alerta para investigar mais antes de acreditar.

A tecnologia pode (e deve) ser sua aliada

É natural sentir certo receio diante de algo que não conhecemos bem, mas a tecnologia não precisa ser um "bicho de sete cabeças". Quanto mais entendemos, mais confiantes nos tornamos para usar de forma segura e consciente.

Como profissional da área de Cibersegurança e professora universitária, venho há anos trabalhando para tornar esse universo mais acessível. Já atuei com grandes frameworks internacionais (como NIST CSF, ISO/IEC 27001), proteção de dados (LGPD, HIPAA, CCPA), e fui premiada em projetos de cidades inteligentes( CONCIT /2018) e soluções com IA na área da saúde ( Hackvision/ 2019).

Meu objetivo? Tornar o mundo digital mais claro e seguro para todos.

Vamos juntos nessa jornada para usar a tecnologia com responsabilidade — e sem medo.

Até breve!