foto: Divulgação BMW
A eletrificação dos automóveis ganhou impulso nos últimos cinco anos, mas há duas tecnologias diferentes que estão disputando o mercado. As baterias são pesadas e dependem de matérias-primas críticas controladas por um grupo seleto de países, o que implica o perigo de se trocar a dependência de combustíveis fósseis pela escassez de minerais. Por isso existe uma alternativa, o carro movido a hidrogênio, que é também uma opção limpa. O combustível vem de fontes renováveis e pode gerar eletricidade de forma eficaz num veículo.
Apesar do crescimento rápido dos elétricos a bateria, o fato é que há construtores que mantêm o segmento de hidrogênio e que procuram não colocar todos os ovos no mesmo cesto. O investimento nesta tecnologia continua a ser importante e os seus defensores insistem que pode ser a melhor forma de garantir a meta de descarbonizar os transportes rodoviários até 2050. Os argumentos são a maior eficiência energética e a menor dependência de lítio ou cobalto, fundamentais nas baterias e que são escassos nos países industrializados.
Os carros a hidrogênio usam um sistema complexo que combina este elemento muito comum no universo com oxigênio, sob alta pressão, para uma célula de combustível onde por sua vez se produz eletricidade, calor e vapor de água. Os carros têm motores elétricos e o hidrogénio resulta de um processo, a eletrólise da água, que precisa de energia. Se for usada energia renovável, o hidrogênio resultante não contribui para emissões de gases com efeito estufa.
Os carros a hidrogênio são difíceis de fabricar, por isso, têm preços mais altos. Para além das emissões zero, as vantagens incluem a rapidez do abastecimento e a autonomia bem acima da de um veículo elétrico a bateria. Os automóveis a hidrogénio também não têm o mesmo impacto na rede elétrica, como acontece com os carros a bateria, se estes abastecerem em grande número à mesma hora.
Os construtores automóveis estão tentando minimizar as desvantagens, sobretudo o preço e falta de infraestrutura. Existe um terceiro problema que só o tempo pode reduzir, os receios sobre a segurança: o hidrogénio é inflamável e precisa de depósitos muito protegidos, mantidos a temperaturas negativas (o que implica peso para o carro e consumo de energia). Se estas questões forem ultrapassadas, o carro a hidrogénio pode ter um futuro brilhante.
Eficiência
No que se refere aos elétricos a bateria, as maiores marcas mundiais estão progredindo nas vendas e há planos de construção de novas fábricas. As células de combustível a hidrogénio são hoje minoritárias, mas isso pode ser temporário. Os alemães da BMW, os japoneses da Toyota ou os coreanos da Hyundai são três exemplos de construtores que mantêm ambiciosos investimentos no hidrogênio, gás que tem densidade energética mais elevada do que as melhores baterias existentes (estas também têm problemas de segurança, nomeadamente combustão).
A eficiência energética pode ser a questão decisiva. As células de hidrogênio têm vantagens em veículos mais pesados, como jipes, camiões ou ônibus. Há esperança nos protótipos para navios, comboios e aviões. A utilização ferroviária, em particular, parece promissora, pois construir trens com células de hidrogênio será muito mais barato do que eletrificar a linha.
Veremos nos próximos anos quem ganha a corrida. Serão os elétricos ou veículos a hidrogênio?
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