Carrefour e Danone em rota de colisão com Agro do Brasil
- Redação
- 24 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

Santa Catarina produz carne com padrões de excelência internacionais
Entidades brasileiras que representam o agro repudiaram novas declarações de empresas estrangeiras que operam e consomem produtos brasileiros. Desta vez, as notas de repúdio foram remetidas ao CEO do Carrefour, Alexandre Bompard. Ele, por meio de carta, declarou que a gigante francesa do varejo deixaria de comprar carnes do Mercosul. A declaração gerou repúdio de várias entidades que representam o agronegócio no Brasil.
Conforme a carta, CEO do Carrefour, anunciou que a empresa não comercializará carnes provenientes do Mercosul, incluindo do Brasil, independentemente dos preços e quantidades ofertadas.
O posicionamento desconsidera, de maneira infundada e desrespeitosa, o compromisso da pecuária brasileira com a sustentabilidade e a excelência produtiva. A decisão, justificada por uma suposta preocupação com padrões de qualidade e sustentabilidade, desvirtua a realidade do setor agropecuário nacional, reconhecido mundialmente por sua eficiência, capacidade de atender exigências ambientais rigorosas e por ser referência no uso de tecnologias de baixo impacto ambiental.
Boicote à Danone
Depois de o diretor financeiro da Danone na França, Jurgen Esser, afirmar à agência de notícias Reuters que a empresa parou de comprar soja brasileira e que passou a adquirir o grão de países asiáticos, a filial da Danone no Brasil emitiu um comunicado dizendo que “a informação não procede”.
A companhia ressaltou que “continua comprando soja brasileira em conformidade com as regulamentações locais e internacionais”.
O presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, fez questão de registrar sua indignação com a declaração do CEO francês. “O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora. O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos”.
Ele lembra ainda que “todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois, além de alimentar sua população, ainda conseguem controlar preços da produção local”.

Nota de repúdio do agronegócio do Brasil para o Grupo Carrefour
Em resposta às alegações do CEO Global da rede de supermercados Carrefour, Alexandre Bompard, as entidades abaixo assinadas manifestam o repúdio aos ataques proferidos contra a produção agropecuária no Mercosul. A produção de proteína do bloco econômico sul-americano chega a todos os países do mundo, incluindo os mercados mais exigentes, entre eles as maiores economias mundiais, como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão.
Periodicamente as empresas são auditadas e certificadas por centenas de missões sanitárias internacionais e também por clientes que confirmam a segurança de alimentos do que vai para cada destino. Entre as certificações obtidas por empresas do Mercosul destacam-se as do BRC (British Retail Consortium), principal referência global em qualidade quando o assunto é produção de proteína.
O bloco é líder mundial em exportação de carne de frango e bovina e está entre os principais na suína. Foram necessárias décadas para que o Mercosul por inteiro avançasse em sua reputação internacional como produtor de carnes. Com responsabilidade, o setor na região foi o principal fornecedor para todos os mercados durante a maior crise global de saúde pública neste século, a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021.
Tudo isso demonstra a excelência da produção na região, num comprometimento que as entidades e associações que representam os 29 milhões de trabalhadores no agronegócio no Brasil reforçam dia a dia com a segurança alimentar e a qualidade do que chega aos consumidores em todo o mundo.
Portanto, se o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês – que não é diferente do espanhol, belga, árabe, turco, italiano –, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país.
Reafirmamos o compromisso do setor com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar.
Reafirmamos o compromisso do setor com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar.
Brasília, 21 de novembro de 2024
ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes)
ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal)
ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio)
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
SRB (Sociedade Rural Brasileira)
FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
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