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Cada vez mais difícil uma corrida de Uber em Joinville

Ednilson Freire era representante comercial e virou motorista de aplicativos.

foto: Sávio Tomaselli


A alta de preços dos combustíveis e a falta de reajuste de tarifas estão levando muitos motoristas de aplicativos a desistirem da profissão. Desde 2015 não há aumento da remuneração. Na época, o litro da gasolina custava em média R$ 3, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo. Atualmente, o combustível pode ser encontrado por valores acima de R$ 6 em Joinville. Só em 2021, a alta acumulada já chega a 51%. Existem variáveis que determinam o valor de uma corrida. Nossa reportagem percorreu o mesmo trecho entre a rua XV de Novembro, no bairro Vila Nova e a rua Abdon Batista, no Centro de Joinville. A primeira corrida custou R$ 24 e na segunda desembolsamos R$ 19. Embora nos dois casos o trajeto tenha sido exatamente o mesmo, entre os horários das 9h30 e 10h30 da manhã de um dia de semana, os valores praticados foram diferentes. Nas duas chamadas utilizamos o aplicativo Uber. O carros chegaram rapidamente ao local que esperávamos. Conversamos com dois motoristas de Joinville que têm gostos diferentes, mas concordam que a remuneração precisa melhorar.


Ednilson Freire, de 41 anos, era representante comercial. Ao ser demitido, encontrou nos aplicativos a forma de ganhar a vida. Embora reconheça que está cada vez mais difícil manter o padrão de vida, segue trabalhando, principalmente graças à redução da concorrência. Grande parte dos motoristas partiram para outras profissões. Ednilson avalia que a fórmula para continuar, é utilizar um carro econômico, trabalhar nos horários em que há mais movimento e torcer para chover, o que não é difícil em Joinville. Com as vias molhadas mais pessoas procuram os aplicativos e menos motoristas se arriscam nas ruas. Há um ano e meio trabalhando com a Uber e 99, Ednilson prefere dirigir durante o dia, pois não gosta do perfil dos passageiros que utilizam os apps à noite.


Maikon Rodrigues de Medeiros, de 31 anos, está na profissão há 4 anos e prefere trabalhar durante as noites. Segundo ele, o horário noturno tem menos trânsito e isso proporciona economia de combustível, o que tem muito peso na hora de fechar as contas. Maikon relatou ter passado alguns perrengues durante à noite. Certa vez foi chamado por dois rapazes. Chegando ao local, saiu do carro para ajudá-los a colocar mercadorias no porta malas. Pouco tempo depois, uma viatura da polícia os abordou anunciando a prisão por furto. Com muito esforço, e com a colaboração dos ladrões, convenceu a guarnição que não estava com a dupla. Apesar de ter atendido nossa chamada durante a manhã, garante que à noite, apesar dos problemas, é o melhor horário para trabalhar.


Seja durante o dia, ou à noite, o que os motoristas têm em comum é a dificuldade para conseguir faturar com o preço dos combustíveis nas alturas. Mas por enquanto ambos pretendem seguir com o trabalho.


Posição das empresas


A 99 anunciou que vai zerar a taxa de intermediação cobrada dos motoristas em algumas viagens, em dias e horários específicos, durante os próximos meses. A medida vale para todos os veículos cadastrados na plataforma, exceto táxis.

A Uber declarou que o valor dos combustíveis “foge do controle” da empresa e explicou que trabalha para ajudar os motoristas na redução dos gastos fixos. O app afirma que oferece medidas de auxílio aos condutores, como desconto de 4% no preço do combustível abastecido na rede de postos Ipiranga.


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