
O estado de Tapajós teria área equivalente ao Sul do Brasil
Uma nova unidade da federação poderá ser criada no Brasil. Hoje o Senado analisa a criação do estado de Tapajós, que surgira da divisão do Pará, no Norte do País.
O projeto de lei sobre o tema deverá voltar à pauta do Senado nesta quarta-feira (24/11). Para de fato ocorrer, a criação do estado de Tapajós passará por várias etapas, dentre elas a consulta à população. O governo do Pará é contra a divisão e afirma que o estado consegue ser governado com o território atual.
A divisão do Pará vem sendo discutida desde os anos 1990. Em 2011, ocorreu um plebiscito para consultar se a população era favorável à divisão do estado em três: Pará, Tapajós e Carajás. Na época, pessoas ligadas à cultura e outros setores se manifestaram contra. A confirmação da rejeição veio nas urnas. A população votou contra a criação do estado de Carajás com 66,59% e contra Tapajós com 66,08% dos votos, e decidiu que o Pará continuaria com seu território atual. Agora, dez anos depois, o assunto voltou a ser discutido com o projeto de lei da criação do estado de Tapajós entrando na pauta da Comissão de Constituição e Justiça.
O relator do projeto, senador Plínio Valério (PSDB-AM), votou favorável a um novo plebiscito e defendeu a criação do novo estado. Ele afirmou que a população não é beneficiada com serviços apesar da "pujança econômica" da região. O nome escolhido para o novo estado refere-se aos povos originários Tapajós, que vivem na região oeste do Pará, e também ao rio Tapajós, um dos principais que cortam a região.
O município de Santarém, localizado na região oeste do Pará, é o mais cotado para ser a capital do estado caso ele seja criado. Santarém é o terceiro município mais populoso do Pará, com 294.580 habitantes. Caso seja criado, o novo estado ocupará 43,15% do atual território do Pará e cerca de 2 milhões de habitantes. A nova unidade da federação teria dois senadores, oito deputados federais e 24 deputados estaduais.
O governador do Pará, Helder Barbalho, reprova a iniciativa de dividir o estado afirmando que o governo vem investindo em todas as regiões do Pará, inclusive no oeste, em Tapajós, e que o sentimento de abandono não existe mais.
"Desde que tomei posse, fiz um gesto de que nós governaríamos por todo o Pará. A partir da posse, fiz posse em Belém, em Santarém, para região oeste, em Marabá, para região sul e sudeste, e tenho feito nesses dois anos, uma rotina quase diária em todos os municípios, todas regiões, de fazer o governo esteja presente, que não é preciso dividir, que é possível governar para todos, para fazer um Pará unido, um Pará forte". Disse o governador.
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