Portal da Arena Miguel, uma importante conquista para o União Timbé Foto: divulgação
Em quase 18 anos de atuação na Liga Joinvilense de Futebol, o União Timbé consegue concretizar o sonho do seu campo próprio. E não poderia deixar de levar o nome de um batalhador, seu saudoso diretor de futebol – o senhor Antônio Miguel, pai do presidente Romualdo. Portanto, a Arena Miguel, na estrada Timbé, 152, já está sendo utilizada e coloca um ponto final no martírio do União Timbé em perambular por diversos campos, pagando aluguel para competir nas disputas da LJF.
Neste ano, o União Timbé mandou os primeiros jogos na Arena Palmeiras, do União do Oeste, e até aceitou jogar como mandatário na casa do adversário, como aconteceu quando enfrentou o Caxias pelo returno da Segundona. Num campo com dimensão de 90 por 60 metros, o União Timbé elimina o problema de local para mandar seus jogos e diminuiu a lista de agremiações que não possuem campo próprio em Joinville.
Campos da imaginação
As brincadeiras de jogar bola me levam para campos que passaram apenas para o meu imaginário. É que a Joinville de outros tempos não cabe mais na atualidade. Nem os campinhos de chão batido e, muito menos, os campos de gramado. O primeiro que desapareceu foi o Estádio Paulo Eischolz e passou a ser o estacionamento do Restaurante Glória, o campo do Água Verde, na rua Benjamin Constant, transformado em Conjunto habitacional Willy Schossland, o Estádio Roberto Lohmann do Estrela, na Vila Baumer, que ficou só pela metade, o campo do Comercial, no bairro Bom Retiro, que deu lugar para o ginásio-escola da Univille, sem falar no campo do Santos, na avenida Cuba, onde passei apenas uma vez e cheguei até lá por engano com outros familiares. Outros campos que desapareceram em Joinville: Floresta, na rua Eli Soares, do Arsenal, na rua Rui Barbosa.
A zona Sul é que contabiliza as maiores perdas de espaço para a prática do futebol. No bairro Guanabara, nos anos 1970, desapareceu o campo do Sulista, na rua Santo Agostinho. Enquanto na rua Graciosa precisou ser sacrificado o campo do Acaraí para dar lugar ao Parque da Cidade. O futebol lamenta suas perdas físicas. É uma derrota em cima de outra.
Primeiro o campo e depois os campeonatos
A história mostra que as agremiações que surgiam em outras épocas tinham primeiro o cuidado de arrumar seu campo. E só depois, com a casa em ordem, é que passavam a disputar competições. No presente, desconheço um time que tenha repetido este caminho. O último desta lista talvez tenha sido a Serrana, que construiu seu primeiro campo nos fundos da Igreja São Sebastião, no Iririú, onde estava o Estádio Jamel Dippe. O alviverde cansou em se exercitar em seguidos amistosos e somente no final dos anos 1990 ingressou nos campeonatos da LJF. E depois se transferiu para a sede própria, no Jardim Iririú.
Área arrasada
Nas proximidades do Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, numa ampla área pública, a Prefeitura de Joinville permitiu a instalação de várias entidades, sendo elas em grande parte de clubes de futebol. De todos os times que por lá chegaram, o Aviação foi o primeiro a utilizar um espaço e depois foi removido para outro e onde permanece até os dias atuais, junto com o vizinho Minerasil, enquanto Santos Dumont e Operário ficaram no abandono. Este é o capítulo mais tenebroso, onde o futebol deu lugar para o progresso e não teve o devido reconhecimento.
Caldeirão do Itaum
O Fluminense, o tricolor do Itaum, é outro exemplo de agremiação do nosso futebol que passou anos dependendo dos vizinhos para mandar seus jogos. No início dos anos 1980 é que finalmente conquistou o mais importante troféu ao inaugurar o Caldeirão. Para ter este patrimônio, edificado na rua Florianópolis, precisou se desfazer da sede na rua Monsenhor Gercino e de uma área no bairro Paranaguamirim. Ao lado deste esforço de seus diretores, o clube contou com a importante colaboração da Prefeitura para realizar as obras inicias de terraplanagem.
Um campo junto da natureza
O União da Estrada Blumenau foi um tradicional participante do TIR, o Torneio da Integração Rural, numa época em que o corrimão em torno do gramado era o suficiente para limitar até aonde o público poderia chegar. Os dirigentes do União não se contentaram apenas com esta exigência. E fizeram muito mais. Colocaram alambrado, dando a impressão que deveriam seguir em disputas em que as exigências fossem bem maiores. Até o final dos anos 1990, quando o torneio ruralista já estava desativado, o União manteve-se em evidência no Copão Kurt Meinert e, dali para frente, nunca mais se ouviu falar no União e do seu estádio majestoso em local em que a natureza está em sua volta.
Luz no final do túnel
O SEST (Serviço Social do Transporte) e o SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), criados em 14 de setembro de 1993, mesmo com pouco tempo de atuação, representam uma grande colaboração não apenas para quem faz parte de seus quadros. O esporte agradece pelo novo espaço e mostra que é possível realizar e construir quando existe o interesse para contribuir com a comunidade. O ginásio de esportes em Florianópolis já serviu para eventos nacionais do futsal. Em Joinville, na avenida Santos Dumont, 7.080, estará à disposição do JEC Krona em função que o Centreventos Cau Hansen estar ocupado pelo Festival de Dança. Outros módulos iguais a este poderiam ser construídos em diferentes bairros de Joinville. Deputados estaduais e federais, além de senadores que por aqui apareceram com frequência antes das eleições, e o prefeito poderiam abraçar esta importante causa social e esportiva.
Novo espaço para o esporte, no bairro Aventureiro
Foto: divulgação
LETRINHAS DO RDB
Roberto Dias Borba
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