Tome Nota com Enio Alexandre

Em todos os cantos de Joinville, a escolha de Sargento Lima para ocupar a Secretaria de Segurança Pública de Estado tornou-se um ponto de interrogação que ecoa nos corredores políticos. A pergunta que paira no ar é clara: por que o parlamentar mais votado do PL em Joinville desistiria de sua candidatura à prefeitura? Uma análise cuidadosa revela que, ao que tudo indica, Sargento Lima está longe de abandonar suas ambições políticas.
Uma leitura possível é que o governador Jorginho Mello, estrategista político por trás dessa movimentação, nomeou Lima para cuidar da segurança não apenas como um gesto de confiança, mas como uma estratégia para demonstrar a qualificação do deputado para ocupar o cargo mais alto da maior cidade do estado. A pasta da segurança serve como palco para mostrar as habilidades de gestão de Lima.
A expectativa é que, após um período dedicado à Secretaria, Sargento Lima retorne à Assembleia Legislativa, consolidando-se como uma figura política mais experiente. O olhar está voltado para o futuro, quando Lima pode direcionar suas ambições para a corrida eleitoral em Joinville.
Neste cenário temos que ficar atentos também às recentes decisões do Partido Novo. A rejeição ao uso do fundo partidário para campanhas, antes uma bandeira do partido, desapareceu na última convenção nacional. Agora, o Novo se alinha às demais legendas ao utilizar os rendimentos do fundo partidário e permitir coligações.
A aliança do Novo com o PSD de Darci de Matos, no entanto, é uma peça chave nesse jogo. Adriano Silva, do Novo, busca fortalecer sua posição na corrida eleitoral para a prefeitura, ganhando tempo de rádio e TV através dessa parceria. Rumores apontam que o PSD concordou em apoiar Silva, cedendo seu precioso tempo de rádio e TV, não por generosidade ou por acreditar que a manutenção do prefeito seja o melhor para Joinville. Por trás desse acordo já estariam no radar as eleições para o governo do estado e para o senado. O PSD, partido muito maior que o Novo, sequer exigiu o vice na chapa com Adriano Silva. A manobra parece clara. O PSD voltaria a apoiar o prefeito de Joinville para uma futura candidatura ao senado em 2026, em troca de apoio ao prefeito de Chapecó, João Rodrigues, para o governo estadual. Assim, se tudo der muito certo para o Novo, Rejane Gambin se converteria na prefeita de Joinville.
Na arena eleitoral de Joinville, nomes como Rodrigo Coelho e Rodrigo Bornholdt também entram na disputa, enquanto Fernando Krelling, pelo MDB, parece hesitante em entrar na briga. Outros partidos igualmente devem apresentar seus candidatos, prometendo uma eleição acirrada.
É cedo para tirar conclusões definitivas, mas como Luiz Henrique da Silveira costumava dizer: "É no balanço da carroça que as melancias se ajeitam."

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